terça-feira, 5 de novembro de 2013

Como entediar-se facilmente em 5 lições.


   O tédio tem sido um companheiro cada vez mais presente e tenho percebido que é um problema generalizado. Dia desses, quando a energia acabou por algumas horas, vi-me arrancando os cabelos, desesperado, sem saber o que fazer. Então, peguei-me pensando em como deveria ser a vida antes da implantação da energia elétrica no dia-a-dia das pessoas.

   Obviamente, o tédio não estava tão presente, pois, naquela época, desconheciam-se os benefícios e a comodidade proporcionados pela energia. Cheguei à conclusão, portanto, que a tédio vem do costume, de uma mente que se fechou para as possibilidades mais simples de entretenimento.

   Relações interpessoais, hoje em dia, são quase inexistentes e só conseguem se aprofundar quando intermediadas por uma tela de computador. Ali, tudo é permitido. Os sentimentos, aliás, possuem uma amplitude quase inimaginável no mundo real. É possível ir do amor ao ódio, em questão de segundos e amplificar essas sensações por meio da escrita, em uma linguagem nova, própria apenas para aquele meio de comunicação.

   Uma boa conversa entre dois amigos, por exemplo, a princípio, parece não ter a mesma graça se não vier acompanhada de gifs e emoticons que adornam o papo. O olho no olho tornou-se descartável e todas as coisas realmente concretas perderam o valor diante do abstrato. Entendo que a imaginação seja mais capaz de nos levar a lugares interessantes que os nossos pés. Contudo, os melhores sonhos só nos fazem sorrir até a hora de acordarmos.

   Portanto, para nos livrarmos do tédio, é preciso nos livrar de todos os conceitos de diversão estabelecidos. Uma boa conversa só será uma boa conversa ou um bom livro só será um bom livro se esquecermos as expectativas. No fim, é tudo sobre expectativa. Faça, pelo simples ato de fazer e, uma vez feito, o objetivo será atingido.

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